quinta-feira, 7 de julho de 2011

Viver a decisão

Todas as vezes que decidimos pela continuidade da greve em assembléias estaduais, nunca tive a oportunidade de estar presente, sempre tive a informação de que era algo de arrepiar mas dito pelos colegas de greve e especialmente pela minha companheira de fato e de direito. Hoje tive a grata satisfação de presenciar essa aula de civilidade, é claro que houve discussões bem acaloradas quanto a posição de alguns de nossos representantes a nivel estadual, mas que não levam a divisão da categoria como creio que muitos vão falar a boca grande por ai, mesmo em nosso meio o do funcionalismo e magistério público. Quanto ao relato da experiência de viver essa assembléia que se definiu pela continuidade da greve algumas considerações são necessárias:

1 - Muitos de nós quando saimos daqui de Jaraguá, fomos com a intenção de voltarmos a sala de aula na quinta feira, dia 07.07.2011, pois era essa nossa leitura através das indicações que observávamos na mídia.
2 - Quando lá chegamos recebemos algumas outras informações dos companheiros que estavam lá, tanto os acampados bem como de Rafael companheiro do comando de greve. E a informação que ele nos trazia era de que quem tem de decidir pela continuidade ou não da greve é a assembléia, e que algumas novidades que não vão para a mídia, pois não interessam a "casa grande", davam conta de que alguns partidos estavam aproveitando o momento que é político sim mas não partidário, enfim alguns partidos estão aproveitando a situação para promoção e tentando direcionar para o fim da greve, que devemos salientar mais uma vez é justa, e legal, e isso já foi amplamente compreendida e também justificada aos pais, e decretada a legalidade em inúmeras vezes pela justiça, além de amplamente noticiado essas situações.
3 - Reiteramos mais uma vez a greve é um movimento político sim, mas ele não é político-partidário, que fique bem claro isso. As cores são as cores da educação de nossas crianças das quais esse pretenso governador nunca lembra e não as coloca em primeiro lugar.
4 - O magistério na assembléia teve divergências, mas continua mais unido que nunca. Pois as diferenças de opinião são bem vindas, pois como afirmava Voltaire: "Eu posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las"
5 - Não voltaremos a sala de aula até que esse pseudo governador não entenda que estamos discutindo a implantação do piso na carreira e não estamos discutindo regênca que já é conquista de lutas passadas.
6 - Estando mais firmes que nunca convocamos aqueles que ainda não tiveram a coragem de participar da luta até agora, que se o problema era a questão salarial, isso não é mais justificativa, então venha para a luta conosco.
7 - Lembramos que a greve e um instrumento legal de exigência do cumprimento da lei, a greve é a voz do que não é ouvido, é a arma daqueles a quem tudo é negado. E parafraseando Amanda Gurgel: "temos que reagir e transformar nossa angústia em ação". A aula de cidadania que começou quando entrei nessa greve só será total aos nossos alunos quando voltarmos vitoriosos.
8 - Quanto as cobranças que os pais começarão a fazer pela nossa volta, e eles estão na razão deles, a função de responder aos mesmos é dos diretores pois eles recebem para responderem enquanto representantes desse governo intransigente, inapto, inculto, inseguro, e acima de tudo indiferente as nossas aspirações e as aspirações de nossos alunos.

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