sábado, 9 de julho de 2011

Barco furado

 
O que acontece com quem entra em barco furado e vai navegar em águas turbulentas? A tendência é, que tentando navegar sem ter as mínimas condições de navegabilidade o mesmo morra afogado pelas águas que vão se mostrar impetuosas. Pois foi essa a fala de um colega de profissão que não aderiu a greve, já teve seu quinhão de aumento, portanto está feliz as custas daqueles que ainda estão na luta, esse colega disse literalmente: vocês grevistas embarcaram em um barco furado, não havia necessidade da greve, uma hora o governador iria pagar o que nos é de direito. Tudo isso me fez pensar durante essa noite e agora responder ao colega com a interpretação de uma imagem. Talvez muitos dos que tem acesso a esse blog já tenham vista essa imagem e ouvido falar de sua interpretação, mesmo assim para alimentar a mim mesmo enquanto grevista penso que seja necessário essa interpretação de novo.
Para nos situarmos na imagem, vamos imaginar que ao alto da imagem, nas nuvem ameaçadoras, seja o norte. 
Assim sendo aqueles que se localizam na barca no estremo sul, caidos sem vida, são aqueles que a muito tempo já desistiram da vida não tem mais forças para lutar e nesse caso o governo já ganhou. 
No lado oeste existe uma velame todo arrebentado e caido, ao lado desse velame tem um desanimado na posição de pensador, esse é aquele que pensa e agora o que faço? Não tenho mais forças para lutar e não tenho onde me amparar? Quem virá me ajudar? Será o governo o redendor o salvador? Será o comando de greve que também parace em dado momento ter perdido o norte?
Bem ao centro da barca tem um companheiro que tenta levantar e procurar ver o que esses dementes que num surto coletivo (foram cinco mil profissionais que tiveram esse surto na última assembléia) tentam dizer que há esperança depois das águas turbulentas, ao seu lado tem alguém que diz deixa de besteira a gente está num barco furado e vamos morrer todos.
Ao norte desses últimos tem um grupo que já consegue se convencer que há sim esperança ao norte.
E tem alguns que já conseguem acenar e encorajar os outros companheiros de que já estão vendo a situação se mostrar menos aterrorizante e que vamos em breve ancorar em porto seguro.
A pergunta que cabe aqui é, em qual desses grupos eu  me encontro? E eu digo aos descrentes, desanimados, e incrédulos, que sou do grupo que já vê ao norte um porto seguro, pois como professor de Geografia, nunca perdi a noção das coisas, nunca perdi meu norte, não estive em um surto coletivo, tenho clareza do que busco e é uma educação de qualidade para Santa Catarina, sou idealista e luto enquanto classe, categoria e quando tudo isso se resolver vou ter como bater no peito, mas não colocarei dedo em riste como muitos nos fazem, e tenham certeza colegas, a vitória está próxima, a categoria volta a se unir e vamos vencer esse pseudo governador.
  

2 comentários:

  1. É com muita tristeza que vejo não só um, mas alguns professores como o nosso “colega”, acreditarem no discurso e nas promessas desse governo “desgovernado” e sem compromisso com a educação. Quem conhece o chão da fábrica é o operário. A luta do SINTE pela melhoria da educação é antiga, as greves realizadas pela categoria nos últimos anos, por várias vezes, foram abortadas ou desmobilizadas por conta de promessas do governo, em atender as propostas da categoria ou por ameaças em cortar o ponto dos grevistas. O governo do Estado está pouco interessado em resolver definitivamente essa situação e fica utilizado a mídia que como se fosse de sua propriedade, para divulgar mentiras e jogar a sociedade contra os professores, e nosso “colega” citado acima é professor. Parece que “ele” não tem consciência de Classe - e deveria está ao lado da sua categoria e repudiar esse discurso mentiroso do governo. Pois quem conhece as dificuldades e os entraves da educação somos nós professores e não os burocratas em suas salas quem sabe sentados nas cadeiras. A greve é justa e é constitucional, e é a única forma que profissional tem de pressionar o governo e conquistar o bem mais caro: a dignidade. Estou nesse barco Chico, se me jogarem ao mar... nadarei! Ju

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  2. Num mundo de tantas oportunidades, por falta de escolha muitos ainda optam por serem oportunistas. Não acrescentam melhoras e mudanças. Esperam neste porto (educação), o momento de dar outro salto de esperteza, por cima daqueles que enfrentam uma luta justa, sem dela temer consequências, visto que estas são inevitáveis, porém com os olhos fixos no seu êxito. Em todas as lutas temos os tíbios que caem no meio da caminhada sem esboçar reação. Fortes caem feridos ou mortos. Não foram, porem, menos importantes na luta como os são os que chegam ao final dela com vitória. Aqueles que entraram na greve, entraram porque não olharam apenas para o seu umbigo, mas em vista de uma vida melhor para todo. Esccrevendo um novo capítulo de transparência para a sociedade catarinense em relação a política administrativa do Estado naquilo que tange à educação.
    Nossa consciência de lutadores é motivada pela certeza de que a vitória é possível de ser alcançada. O impossível não desperta o lutador e nem incentiva o navegador a desafiar um mar bravio. Não estamos num barco furado, porque o barco, tempo e o mar são propícios a esta navegação, para lutar e chegar ao destino final. A educação é nosso barco e o mar revolto são os desgovernos do nosso tempo. Esta greve mostra que não estamos vencidos e mortos, mas bem vivos e fortalecindos para este e novos embates, sem jamais nos acorvardarmos. Com esta convicção seguimos em frente, corajosamente.
    Pensem nisso.

    "A focinheira
    Trilussa

    - Sabe que sou fiel e afeiçoado,
    dizia o Cão ao Homem, e disposto
    cumprindo as suas ordens.Isto posto,
    a focinheira põe-me deprimido;
    por que não dá-la ao Gato, que é fingido,
    apático e traidor por natureza?

    O Homem responde; - Mas a focinheira
    lembra sempre a existência de um patrão
    que te protege e, de qualquer maneira,
    é quem te ampara e te garante o pão.

    - Já que assim é, o dito por não dito!
    corrige o Cão, desculpe-me a besteira.
    E, desde aí, com ar convicto,
    passou a falar bem da focinheira..."
    --------------
    Prof. Rafael S Gregorio

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