quinta-feira, 30 de junho de 2011

A coragem de ainda lutar


Muitos alunos e colegas vem falar sobre a postura de alguns colegas que não estão no movimento de greve, alguns mais exaltados falam impropérios contra esses que não participam, eu mesmo já me manifestei de maneira mais áspera, hoje penso que isso já não faz diferença, é preciso conhecer um pouco de história para entender todo esse processo, pois faz 500 anos que os opressores, os colonizadores, as elites e seus exércitos têm feito questão de seguir aquele conselho maquiavélico que diz: "divide e vencerás". Os próprios negros vieram divididos nos navios negreiros; faziam questão de separar a mulher do marido, os pais dos filhos. Assim era muito mais fácil controlar e impedir uma revolta realmente organizada. Isso fez com que, ao longo destes séculos, no Brasil, e também um pouco no continente, os caudilhos de vários tipos –vice-reis, coronéis, elites– pudessem ir dominando o povo. Dessa forma, as lutas eram isoladas e, sobretudo, controladas. Não iria ser diferente no nosso estado com aqueles que se dizem governo, mais uma vez afirmo um governo sem governo, vergonhosamente fazem parte da base governista desse governo vergonhoso o PMDB, partido que já teve em suas fileiras arautos da democracia como Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, hoje temos deputados inócuos, sem postura e vida,           que estão mais interessados em vender gasolina, do que criar leis e defender aqueles que ensinam nesse país. Hoje fazer uma greve é quase inútil porque o neo-capitalismo pode até prescindir do trabalho. Como dizemos aqui no Brasil, feliz é aquele que ainda é explorado. Muitos não têm sequer esse “privilégio”. De ter trabalho e ser explorado, essa é a grande verdade. E muito mais aqui em Jaraguá do Sul, cidade provinciana onde muitos dos nossos pais seguem a risca aquilo que os empresários dizem, tanto que eles, os empresários, chamam os funcionários de “colaboradores”, está colaborando com quem? Com o salário do patrão? Com o seu salário? Os patrões diriam que sim, pois eles tem de criar a idéia de que os salários são justos e estão pagando em dia. E não é essa a fala de nosso “honrado” governador? Diante de tudo isso digo que fazer greve é possível e pode mudar o fato sim, é o que estão fazendo alguns bravos professores, alguns inclusivo acampados em frente a Secretaria de Educação, debaixo de uma marquise, com todo esse frio e chuva, sem banho, eles sabem o que pensa Che Guevara, podem até não usar sua camisa mas sabem o que é lutar por um ideal maior são capazes de fazer vigílias, ocupações de ambientes governamentais, marchas, protestos, e, talvez, se preciso for uma greve de fome que ainda parece enternecer as pessoas. Não estou pregando a subversão, mas a coragem, a teimosia, e a reivindicação feita de forma publicitária. Pois hoje só existe aquilo que é publicitário...

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