quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ou Piruá ou Pipoca

Olha gente a analogia não é minha, mas de Rubem Alves e ousei fazer algumas adaptações, pois me parece pode servir nesse momento, para entendermos nossa situação frente a essa apatia geral do magistério em nossa regional.
Ou nós somos piruá ou nos somos pipoca.
Para entendermos melhor, a pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Duro impossível de se comer, intragável, porém quando nós estamos abertos a possíveis mudanças, algo extraordinário pode acontecer conosco. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o Melhor jeito de ser.
Para aqueles que estão aptos, acontece diferente; de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso diminui a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Você professor imagina do que és capaz? Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á”. A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Professor você quer ser Piruá ou quer ser Pipoca? A escolha é sua.

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